
Aos 20 anos, Julio começou a atuar totalmente por acaso. Morador da Barra Funda, em São Paulo, o rapaz tem origem humilde, e foi graças a um vizinho, em meio a uma bebedeira, que se tornou ator.
Já apaixonado pelo ofício, Julio – filho de uma doméstica e de um feirante – soube que estavam sendo realizados testes para o filme Salve Geral, estrelado por Andrea Beltrão.
"Fui na cara de pau e pedi para fazer o teste. Claro que relutaram, afinal, eu não havia sido chamado. Mas acabei fazendo e fui aprovado. Minha mãe, que não apoiava minha escolha, assim como meu pai, dizia no trabalho dela que tinha um filho ator, e as pessoas zombavam", relembra, emocionado.
Neste período, Julio se increveu no cadastro de atores da Globo e, num belo dia, verificou uma chamada não atendida em seu celular, com código de área do Rio.
"Meu telefone é pré-pago, não tinha crédito e muito menos dinheiro. Meu pai havia morrido, o salário dele é que segurava a casa, minha mãe ganhava menos de um salário mínimo. Pedi a um amigo que colocasse R$ 8 de crédito apenas pra eu poder escutar a mensagem. Era um produtor de elenco, perguntando se eu estava preparado para estrear na nova novela das 19h", conta.
A primeira providência de Julio, após conversar com o produtor, foi tirar a mãe do emprego.
"Fui até lá, de cabeça erguida, e disse que era o filho da Ana Maria e queria falar com ela. Quando minha mãe apareceu, falei bem alto: 'arruma suas coisas, peça as contas, a partir de hoje você não precisa mais trabalhar aqui'. Só faltou o salto alto pra ela ficar mais feliz. Agora sustento minha mãe financeiramente, e ela me sustenta emocionalmente", diz, orgulhoso.
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